Em 2022 realizaram-se 15.870 interrupções da gravidez a pedido da mulher em Portugal. O número traduz um aumento de 15% face a 2021 e está alinhado com a tendência verificada noutros países da União Europeia.
Os dados, divulgados foram divulgados esta segunda-feira pela Direção-Geral da Saúde, e constam do Relatório de Análise dos Registos de Interrupção da Gravidez. Em 2012 foram registadas 16.471interrupções da gravidez (IG), mas a IG voluntária nas primeiras 10 semanas de gravidez manteve-se como o principal motivo em todas as idades, o que representou um total de 96,4%. A malformação congénita do nascituro ou a doença grave levou a 543 IG (3,3% de IG por todos os motivos).
Ainda, de acordo com os dados divulgados, quanto à incidência da Interrupção da Gravidez, por derivados motivos, por 1.000 Nados Vivos, por região de Saúde de residência da mulher, houve um aumento de 180,3 para 196,9 a nível nacional. Para se fazerem comparações internacionais, este é o indicador utilizado, sendo que Portugal se manteve abaixo da média dos registos europeus que, em 2019 era de 209,9.
Os estabelecimentos de saúde pública continuam a ser os mais escolhidos para a realização da IG por opção (68,6% do total). O procedimento que mais se utilizou nestas unidades foi o medicamentoso (98,8) e, no privado, a preferência incide sobre o procedimento cirúrgico (95,3%).
As mulheres que realizaram maior número absoluto de IG rondam a faixa etária dos 20-24 anos e, logo de seguida, dos 25-29 anos. A percentagem de IG antes dos 20 anos manteve os valores de 2021 (8,6%). Nas IG por opção da mulher, à semelhança de anos anteriores, a mediana de idade da mulher manteve-se nos 28 anos.