Pescadores garantem peixe fresco mas pedem apoio ao Governo

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Os pescadores do norte do país asseguram que “está garantido peixe fresco para os consumidores portugueses”, mas pediram apoio ao Governo para reduzirem até 30% a permanência da frota no mar. “Temos capacidade para garantir peixe fresco para as necessidades do país, mas temos sentido uma quebra na procura com fecho de muitos mercados e restaurantes e com as limitações de acesso aos hipermercados. Não vale a pena estarem todos os barcos no mar se depois não venderem o que pescaram”, disse José Festas, presidente da Associação Pró Maior Segurança dos Homens do Mar (APMSHM).

Assim, o dirigente vai enviar ao Governo uma proposta para “restringir, temporariamente, entre 20 a 30%, a permanência dos barcos em atividade”, mas pedindo para os que ficam em terra “uma linha de crédito ou um subsídio para que pescadores possam continuar a sobreviver”. “Se todos forem para o mar, não vão conseguir rentabilizar o que pescam, porque a procura é menor. Se reduzirmos a atividade dos barcos e aplicarmos medidas de rotatividade entre a frota, vamos ter mais equilíbrio. Para os que não vão trabalhar através dessa medida, o Governo terá de apoiar pela redução de atividade”, disse o líder associativo.

Lavar as mãos e limpar os barcos

José Festas lembrou que parte do peixe capturado pelos barcos nacionais se destina a Espanha “onde também se sentiu uma redução da procura”, vincando que “este é um setor que lida sobretudo com produtos frescos que são vendidos em quantidades limitadas”.

O presidente da APHSM garantiu, ainda, que foram dadas recomendações aos pescadores para minimizarem o perigo de contágio de Covid-19, vincando que o facto das tripulações da maior parte das embarcações não excederem os 10 homens minimiza os riscos de propagação. “Temos recomendado que lavem as mãos várias vezes, que limpem os barcos, e que quando saem de trabalhar evitem estar em grandes grupos e permaneçam em casa. É importante que todos estejam com saúde para estar no ativo”, disse José Festas.

O dirigente partilhou que as medidas de segurança e higiene nas lotas geridas pela Docapesca, nomeadamente a redução de tripulantes na entrega do peixe, “estão a funcionar bem e não têm causado transtorno à atividade”.