Ficaram por escoar pelo menos 10 mil caixas de alface na região

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O fecho de estabelecimentos, mercados e feiras fez com que a produção não tivesse o escoamento necessário e se desvalorizasse. Os produtores da HORPOZIM, associação empresarial hortícola, ficaram sem vender 10 mil caixas de alface, que foi a hortaliça mais produzida até ao momento.

Por causa do estado de emergência, estão fechadas feiras, mercados, restaurantes e até cantinas escolares, o que provoca um excesso de oferta por falta de escoamento. Naturalmente, o produto desvaloriza. “Estamos a viver uma realidade completamente diferente. Nunca tinha acontecido os diferentes canais de escoamento ficarem bloqueados todos ao mesmo tempo. Os preços médios de venda estão entre 25% e 30% abaixo do que se viu no mesmo período de 2019”, informa Manuel António Silva, presidente da HORPOZIM, que tem cerca de 600 associados da região.

“Todos sofrem” mas os pequenos agricultores são particularmente afetados porque os seus canais de venda não se estendem às grandes superfícies. Tudo somado, são já 10 mil caixas de alface que não foi possível escoar. O destino era a exportação, mas não houve possibilidade de as vender devido a uma falta generalizada de transportes desde meados de março. “Eram alfaces de muita qualidade e pretendidas pelo mercado, mas as transportadoras não estavam em condições de garantir a viagem de regresso”. Só no caso particular de Manuel Silva, por exemplo, isto representou um prejuízo de vários milhares de euros.

É importante referir que, até aqui, naquilo que as explorações chamam de plantações de inverno, a alface foi o bem mais produzido. A alface tem um prazo de colheita curto, ou seja, tem de ser imediatamente cortada assim que está no ponto ideal. Caso contrário “começa a deteriorar-se”, esclarece. “Foi o que aconteceu”. Pelo menos, fica a consolação de que ainda lhes foi dado algum uso: “Foram incorporadas e enterradas, e isto serviu para fertilizar o solo”, dá conta Manuel Silva.

Por esta altura já decorrem as chamadas culturas de verão (frutos, pepinos, corjetes, pimentos, feijão, etc), que têm um prazo de colheita superior.

Notícia completa na edição desta semana. Enquanto decorrer o estado de emergência, pode aceder ao jornal em PDF gratuitamente, enviando o seu e-mail para geral@maissemanario.pt  ou descarregando aqui