Alteração dos estatutos do Varzim adiada para o próximo mês de junho

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Depois de duas horas e meia de discussão, uma maioria expressiva dos 178 associados do Varzim Sport Club que estiveram, na noite de sexta-feira, na assembleia geral extraordinária do clube para aprovarem a alteração dos estatutos, votou a proposta de adiamento de votação dos mesmos para o próximo mês de junho. Apenas dois sócios optaram pela abstenção desta decisão.

A proposta de adiamento foi de Edgar Pinho, presidente da Direção, depois de verificar que mais de uma dezena de associados apresentaram sugestões, algumas delas a merecerem aplausos da plateia, ao salientaram o pouco tempo de discussão pública do documento apresentado por André Tavares Moreira, porta-voz dos 5 advogados que elaboraram a proposta de alteração dos estatutos. O jurista explanou que a nova proposta reforça poderes no Conselho Fiscal e nos sócios através da Assembleia Geral, como também descreve os procedimentos a serem apresentados na eventualidade de o futuro do Varzim passar pela constituição de uma SAD.

Numa reunião muito concorrida, e que teve como cenário o Diana Bar, Moura Gonçalves, presidente da Assembleia Geral do Varzim, abriu o encontro ao anunciar os procedimentos e timings realizados para a apresentação da proposta de alteração dos estatutos, como também o facto de no final da discussão, que a mesma deveria ser votada em bloco e de uma só vez. O dirigente vincou que “os novos estatutos não são os melhores do mundo, mas sabemos que vêm melhorar o funcionamento do clube”.

Durante a discussão, vários sócios apontaram situações menos esclarecidas no documento, como o facto de serem pedidos, nos novos estatutos, pareceres vinculativos do Conselho Fiscal, para futuras remunerações de dirigentes ou de possíveis empréstimos, decisões que na opinião de alguns associados deveriam ser da responsabilidade da assembleia geral.

Igualmente, foram questionados pormenores: A diferença do número de associados necessários para solicitar o agendamento de uma assembleia geral, neste caso de 200, ao invés que para propor uma lista para concorrer ao ato eleitoral, seja apenas de 50, como também para ser membro do Conselho Varzinista tem que ter 10 anos de associado, ao contrário do que sucede que para ser eleito dirigente, tenha que ter apenas dois anos de filiação.

Foi também levantada a questão, que a proposta indica que para concorrer aos órgãos sociais do Varzim, não pode ser membro de um clube concorrente, quando diversos sócios propõem substituir a palavra “concorrência”, “por exemplo de clubes inscritos na Federação Portuguesa de Futebol”.

Outra das divergências que foi debatida entre os presentes, cinge-se ao facto de a proposta a apresentar em próxima assembleia geral aos associados seja votada em bloco, ou seja o documento na sua totalidade, e não como vários sócios argumentaram, que a mesma deva ser votada por blocos ou artigo a artigo, aspeto destacado por Lopes de Castro, antigo presidente da Direção do Varzim, que caso seja desta última forma “tenho várias propostas a sugerir”.

Também o conselheiro varzinista Edgar Torrão, reforçou na sua intervenção, que “o processo nasceu torto”, e entende que a proposta não deve ser votada por um todo. “Insistir num erro é pior que errar”, disse, e concluiu com um apelo de “adiar a votação da proposta apresentada”.

A Direção do Varzim aceitou e propôs ao presidente da Assembleia Geral, abrir um novo período de 60 dias para acolher as sugestões de todos, de forma a que o documento seja aprovado “por uma maioria alargada”, como obriga os atuais estatutos. Até junho prevê-se mais trabalho para a Comissão que está a elaborar os novos estatutos do Varzim Sport Club. Foto Varzim SC.