“DGS demora muito tempo a tomar decisões”, critica bastonário na Póvoa de Varzim

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O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães criticou a DGS por ainda não ter incluído no processo de vacinação as pessoas que tiveram a doença de covid há mais de três meses. Esse será o tempo a partir do qual os anticorpos começam a desaparecer.

“A DGS demora muito tempo a tomar decisões, tal como está a agora a demorar na vacinação de pessoas que já tiveram covid há mais de 3 meses. Tenho 545 médicos nessa situação e que têm direito a ser protegidos com a vacina. Os anticorpos desaparecem entre 3 a 6 meses a após se ter a doença. Só Portugal e Islândia é que não estão a vacinar as pessoas que não tiveram covid”, disse esta quarta-feira em Beiriz, Póvoa de Varzim, à margem do da entrega do primeiro ventilador certificado do país.

O bastonário defende uma vacinação “dos mais frágeis para os menos, ou seja, dos mais velhos para os mais novos. Devemos fazer vacinação em massa como Israel e Reino Unido”.

Miguel Guimarães considera que “todas as vacinas têm benefícios que ultrapassam largamente os potenciais riscos, incluindo a Johnson & Johnson, que seguramente estará em breve em utilização na Europa”.

O clínico também insistiu na questão da testagem em massa, dizendo que a mesma tem de ser feita com uma regularidade no mínimo mensal, e não “testar uma escola e depois repetir o procedimento 5 meses depois”, e lembrou a necessidade “de uma grande campanha de sensibilização para a manutenção as regras de higiene e proteção individual”.

Também os políticos, de uma forma geral, “estão a tomar más decisões”, e mesmo a UE não tem estratégia comum para enfrentar a pandemia.

Datas do desconfinamento “podem ser mantidas”
O bastonário da Ordem do Médicos considera também que as datas do desconfinamento, agendadas pelo Governo, “podem ser mantidas” desde que não se descure parâmetros como a “vacinação, os mecanismos de proteção individual, e a testagem em massa”.

Miguel Guimarães considerou que este é um “momento crítico para evitar que se desconfine mal”, analisando que Portugal, em comparação com outros países, “ainda está numa boa situação, apesar do ligeiro aumento dos casos de covid-19”.

“As datas do desconfinamento podem ser mantidas se tivermos muita atenção às questões da vacinação, da utilização dos mecanismos de proteção individual, e da testagem em massa. Se o fizermos, a taxa de sucesso será grande, mas temos de agir e não ficar apenas por palavras”, alertou o bastonário.

Por fim, o responsável lembra que vacina contra a covid-19 serve de proteção individual até ser atingida a imunidade de grupo