Próximas Eleições Legislativas

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MÁRIO BETTENCOURT

A Luta pelas próximas Eleições Legislativas a realizarem-se em Outubro já começou. Há muito que havia indícios ou afloramentos, mas o marco, foi a saída de António Costa da Câmara de Lisboa, precipitada por um verbalismo e uma guerrilha política que vinha a acentuar-se.

Neste momento, já há a coligação entre o PSD e o CDS, o que para mim sempre foi uma certeza, em que faltaria apenas, a sua formalização e publicitação, o que veio a ocorrer em 25 de Abril, e que continuam a defender a errada estratégia programática que têm vindo a seguir no Governo. É a primeira aliança dos dois Partidos em 36 anos, o que demonstra bem a preocupação quanto ao seu futuro.

Há o PS com António Costa a tempo inteiro, muito bem acompanhado por Carlos César, político sério com grande e vasta experiência e toda uma estrutura partidária que se uniu – após as primárias com António José Seguro – de uma forma acérrima em redor do seu Líder. Embora o seu programa só seja apresentado em 6 de Junho, já temos conhecimento da bem “desenhada” “ Agenda para a Década “ de 2015 a 2024 e de um belíssimo e arrojado documento técnico dum plano macroeconómico, elaborado a pedido de António Costa, por um grupo de economistas coordenado pelo independente Mário Centeno, doutorado em Harvard, Professor Universitário e também ligado ao Banco de Portugal, intitulado “ Uma década para Portugal “, que o inspirará, ou mesmo, o integrará. Também há o PCP/PEV e o Bloco de Esquerda com as suas bem vincadas filosofias e ideologias.

A minha independência de estrutura mental / partidária e a minha e longa experiência política, levar-me-ia, a bem de Portugal e dos Portugueses, a defender indubitavelmente a formação do Bloco Central (PS E PSD), com um real e inequívoco projeto de mudança. Mas, como não sou ingénuo e conheço bastante bem os meandros da política, sei que na atualidade esse quadro é utópico, tantos são os interesses …, alguns inconfessáveis. Seria para mim uma desonestidade intelectual se não o referisse e sublinhasse, porque não haja a mínima dúvida, não haja a mínima ilusão, que serão grandiosos e múltiplos os desafios que se irão colocar ao Governo que sairá das próximas eleições.

Este período de grande e séria degradação e debilidade económico/financeiro/social exige rotura com o passado, seriedade, verdade, muita competência e um grande espírito de missão, em nome do interesse nacional, o que é um imperativo, para que a crise não se eternize.

Para uma credibilização da Política era a altura de entrarem ou reentrarem os melhores, pois os que por lá andam, com raras exceções, são muito fraquinhos, o que leva a perguntar: como é possível?

Aos Portugueses, como questão central, põe-se-lhes a interrogação de saberem quem está em melhores condições de governar e tirar Portugal da situação em que se encontra, o que não é fácil, neste mundo globalizado, por vários condicionalismos e regras europeias, nomeadamente o Tratado Orçamental e o pronunciado e enorme cinzentismo da Europa face à China, India … Mas sei que é possível… Naturalmente não será o PCP/PEV, não será o Bloco de Esquerda e também não será a coligação PSD / CDS, que já o demonstrou, entretanto a governar, que mantém Portugal numa pseudodemocracia, numa encruzilhada, como um barco à deriva.

Estão no Governo e tiveram condições e oportunidades ótimas para fazer as devidas e necessárias Reformas do Estado que o País necessitava e numa evidente, inqualificável e incompetência “assobiaram” para o lado; monstruosa irresponsabilidade … O Reformador desapareceu, fugiu! Aliás, preferiram continuar a impor uma austeridade sufocante, – mesmo sem a presença da Troyka – que tem trazido inúmeras disfuncionalidades, máxime, desemprego, empobrecimento, imigração e insolvências. Não estão os seus melhores no Executivo, principalmente nos do PSD, que está refém de quem tem tido a “máquina”, os que determinam: os antigos jotas e alguns “patrões”…

Na impossibilidade do Bloco Central no quadro que tracei, será com certeza, é minha forte convicção, António Costa / PS. A alternativa passa por ele. É um político competente, lúcido, sério, rigoroso, com grande credibilidade e experiência, bem preparado, que transmite confiança, que se tem rodeado de excelentes colaboradores e que já tem em seu poder documentos de grande visão estratégica que trarão aos Portugueses o relançamento da economia com mais empregos e um RENOVADO PORTUGAL. Sou dos que acreditam mais nalgumas Pessoas, nalguns Protagonistas, do que nos Partidos, embora importantes.
No entanto, quero sublinhar que o seu sucesso dependerá de o Partido Socialista conseguir a maioria absoluta, para o que muito terá de trabalhar. Aguardemos …

Mário Bettencourt Sardinha