Pró Maior prevê testes a dois mil pescadores do norte do país

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A Associação Pró Maior Segurança dos Homens do Mar (APMSHM) prevê que cerca de dois mil pescadores, que operam na zona norte do país, possam, em breve, ser testados à covid-19.

A iniciativa vem ao encontro de uma pretensão que a associação, localizada no porto de pesca da Póvoa de Varzim, vinha a defender nos últimos meses, mas que só agora foi articulada com os Ministérios do Mar e da Saúde, embora sem uma data definida para arrancar.

“Na região norte, os testes devem começar a ser feitos na sede da associação e abranger 2000 pescadores, da zona da Póvoa de Varzim e Vila do Conde. Temos ainda de acertar o processo para os pescadores que trabalham em Viana do Castelo e Esposende, e também para os dos portos de Matosinhos, Figueira da Foz e Aveiro, embora a maior parte seja natural da zona de Caxinas, Vila do Conde”, explicou José Festas, presidente da APMSHM.

Numa reunião que teve com os responsáveis da tutela, José Festas partilhou que o início dos testes aos pescadores estavam dependentes da conclusão dos exames que estão a ser realizados nos lares, e apesar de garantir “que ainda não há um calendário definido”, espera que “comecem o quanto antes”.

Testes sem custos para os pescadores

“Os testes não vão ter custos para os pescadores, e estamos a tentar que sejam também alargados aos familiares diretos. Tem havido uma boa articulação com o ministério do Mar nesse sentido, acredito que dentro de pouco tempo possam ser realizados”, completou José Festas.

O líder da Associação Pró Maior Segurança dos Homens do Mar assegurou que, por enquanto, “não há registo de pescadores infetados com covid-19”, e frisou que as medidas de sensibilização tomadas pela instituição que dirige “têm dado efeito”.

“Apesar de termos uma atividade onde não é fácil aplicar todas as medidas, temos conseguido reduzir ao máximo os riscos. Temos aconselhado à redução de tripulantes, a utilização de máscaras sempre que possível e a limpezas mais profundas nas embarcações”, partilhou José Festas.

O presidente da APMSHM garantiu estar em contacto permanente com as autoridades de saúde, e que as medidas de prevenção para evitar a propagação da covid-19 continuarão a ser tomadas.

“Vamos insistir nos procedimentos de higiene e segurança, e já sabemos que teremos a colaboração da Marinha em algumas ações de formação que vamos promover com a associação. Vai ser um trabalho constante”, garantiu José Festas.

Os ministérios da Saúde e do Mar anunciaram, na quarta-feira, a articulação com as autarquias de medidas de prevenção para o setor das pescas que incluem a “possibilidade de testar pescadores” à covid-19.

“Sabemos que a questão das pescas é sensível, nomeadamente na pesca do cerco e da sardinha, pescas que se aproximam nesta fase. São embarcações onde confluem muita gente em aglomerados”, disse António Lacerda Sales, secretário de Estado da Saúde.

O governante, que falava na conferência de na conferência de imprensa diária de atualização sobre a pandemia em Portugal, disse que as medidas “estão a ser articuladas” entre o Ministério do Mar, as autarquias locais e o Ministério da Saúde.

“Incluem a possibilidade de testar pescadores, nomeadamente em algumas regiões, nomeadamente também pela estratificação do risco e vigilância”, acrescentou o secretário de Estado da Saúde.